Todos sabemos que quando determinada parte do corpo é pouco, ou quase não utilizada, atrofia, “murcha”, e transforma-se em um verdadeiro maracujá de gaveta. O antônimo, porém, palavra inerente ao vocabulário dos ratos e ratazanas de academia, a hipertrofia, é algo que ocorre quando usamos demasiadamente a referida parte do corpo, que por sua vez, desenvolve-se prodigiosamente, creio eu.
Atente para o caso das nádegas, sim as nádegas, o foco principal desta narração construtiva. Junto com os dedos (que me reservo ao direito de discutir em outra ocasião), as nádegas são verdadeiros centros de prosperidade hipertrófica, tamanho o seu uso nas sociedades contemporâneas. Da TV para o computador, do computador para o sofá, do sofá para a cadeira, da cadeira para a cama, e, em meio a este ritmo frenético e exaustivo, os glúteos estão lá presentes como fiéis sentinelas, amortecendo o enfadonho marasmo ocioso.
Se hoje, a magnífica silhueta arredondada dessa peça de colchão mole já atiça o imaginário psico-sexual, elevando-o ao grau de voluptuosidade platônica, imagine a cena para daqui alguns anos, quando então, essa região carnosa terá se convertido em nada menos do que uma poltrona embutida.
Imagine a maravilha que será desfrutar de todo o potencial nadegudo. Com a ajuda do Yoga poderemos fazer o que bem entender de nossos delicados traseiros, desde porta-bandejas, candelabros, sinalizadores de vôo, pula-pula natural, chocador de ovos, objeto de decoração vanguardista, acento almofadado, e, até mesmo, travesseiros!
É um futuro promissor. Se fizéssemos implantes de lã por todo o corpo, estaríamos, igualmente, abdicando ao uso de cobertores, mantas e afins.
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