A Vinícola de Nostradamus

Zapeando a televisão, tive a oportunidade de ver um encontro no mínimo inusitado: João Gordo frente a Paulo César Pereio. Quando o entrevistador começou a abusar do tema "drogas, chapação, atitude" (termos da vulgata mtviana), Pereio se mostrou visivelmente irritado - e não pensou duas vezes antes de expressar sua inconformação.

Imediatamente, a cena me remeteu à teoria da colisão dos mundos. É difícil imaginar a possibilidade de conexão entre dois mundos muito distantes um do outro. Como alguém como Pereio pode manter qualquer espécie de diálogo com um representante da bestificante cultura pop-agridoce endossada pela MTV, a porta-voz de toda uma geração de adolescentes lobotomizados? Imagino que a conversa não tenha saido muito da redoma pop-anárquica "drogas, chapação, atitude", mas também não tive paciência para ver o desfecho desse encontro.

Isso é só um desencargo de consciência, pensamento barato para encher essas lacunas virtuais de alguma coisa, nem que essa "alguma coisa" seja coisa alguma. Afinal, convenhamos, falar mal da MTV é tão fácil quanto... Bem, o exemplo fica por conta do leitor.