quinta-feira, agosto 21, 2003

Ensaio Sobre as Nádegas

Sim, sim, sim amantes de formosuras. Eis aqui um ensaio complexo sobre esses dois pedaços de volúpia arraigados na cultura brasuca.

Todos sabemos que quando determinada parte do corpo é pouco, ou quase não utilizada, atrofia, “murcha”, e transforma-se em um verdadeiro maracujá de gaveta. O antônimo, porém, palavra inerente ao vocabulário dos ratos e ratazanas de academia, a hipertrofia, é algo que ocorre quando usamos demasiadamente a referida parte do corpo, que por sua vez, desenvolve-se prodigiosamente, creio eu. (Louvai as mãos).
Atente para o caso das nádegas, sim as nádegas, o foco principal desta narração construtiva. Junto com os dedos (que me reservo ao direito de discutir em outra ocasião), as nádegas são verdadeiros centros de prosperidade hipertrófica, tamanho o seu uso nas sociedades contemporâneas. Da TV para o computador, do computador para o sofá, do sofá para a cadeira, da cadeira para a cama, e, em meio a este ritmo frenético e exaustivo, os glúteos estão lá presentes como fiéis sentinelas, amortecendo o enfadonho marasmo ocioso.
Se hoje, a magnífica silhueta arredondada dessa peça de colchão mole já atiça o imaginário psico-sexual, elevando-o ao grau de voluptuosidade platônica, imagine a cena para daqui alguns anos, quando então, essa região carnosa terá se convertido em nada menos do que uma poltrona embutida.
Imagine a maravilha que será desfrutar de todo o potencial nadegudo. Com a ajuda do Yoga poderemos fazer o que bem entendermos de nossos delicados traseiros, desde porta-bandejas, candelabros, sinalizadores de vôo, pula-pula natural, chocador de ovos, objeto de decoração vanguardista, acento almofadado, e, até mesmo, travesseiros!
É um futuro promissor. Se fizéssemos implantes de lã por todo o corpo, estaríamos, igualmente, abdicando ao uso de cobertores, mantas e afins.

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