sexta-feira, fevereiro 13, 2004

Duas propostas interessantes para a educação

Essa semana me deparei com duas reportagens no jornal O ESTADO DE SÃO PAULO que revelavam propostas interessantes para a educação no país. Ao contrário das polêmicas "cotas" aplicadas no Estado do Rio de Janeiro, as novas idéias pretendem democratizar o acesso ao ensino, e não privatizá-lo.
O primeiro passo foi dado por um pequeno grupo de escolas particulares de ensino médio e fundamental. Foi sugerido que se terceirizasse o vínculo empregatício com os professores, possibilitando menores gastos quanto à contratação dos profissionais. Dessa forma, estaria se diminuindo o preço final da mensalidade escolar e possibilitando, assim, o ingresso de um maior número de estudantes. Por outro lado, alguns já atentam para o fato de uma queda na qualidade do ensino, em virtude de com essa medida, romper-se o elo professor-escola, tranformando o ensino em um mero contrato empresarial.
A outra proposta, partiu do próprio Governo Federal, que sugeriu às instituições particulares a "estatização" de cerca de 25% de suas vagas em troca de alívios em suas respectivas folhas de pagamentos. Com isso, estaria se democratizando parte do ensino privado e não privatizando o ensino público como fizeram as "Cotas".
Deflagrou-se um enorme alvoroço essa semana em virtude desse tema, e o Ministério da Educação não foi poupado das críticas. Argumenta-se que o Ministério procuara com essas medidas paliativas, desviar sua enorme incumbência de reestruturar o malogrado ensino público, o que em parte, não deixa de ser verdade.
Essas medidas que surgem para atenuar as enormes disparidades quanto o acesso ao ensino de qualidade no país são formuladas para tornar menos intensas as máculas provocadas pelo nosso deficitário ensino público de base (fundamental e médio). O que não pode ocorrer entretanto, é continuar alimentando esse ceticismo inato à diversos setores sociais que só se limitam a criticar levianamente sem analisar as posíveis benesses de propostas como essas. Se elas virão ou não, a resposta só o tempo nos dirá.

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