domingo, abril 25, 2004

Valsa errante

Começa a valsa, mas as luzes não acendem:
É bem verdade que a humanidade não sabe oque quer. Fala em paz, mas incentiva a violência. Assiste com deleite a filmes beligerantes, fetichiza a morbidez, presencia com água na boca acidentes na estrada.
Busca incessantemente pela tal felicidade, mas, por não saber do que se trata, não sabe onde e como encontrá-la.
Quando não tem, lamenta a escassez e procura adquirir a qualquer custo. Quando tem, questiona o porque de suas posses e amargura o enfado e a sensação "de nada acrescentar" que elas acrescentam.
Criticam as leis quem suprimem sua liberdade, mas acatam às mesmas no intuíto de alcançar uma vida melhor. Tornar mais eficáz a sua busca pela tal...felicidade.
Todos querem seu lugar ao Sol, mas esse lugar é um tanto quanto quente, então voltam para a sombra.
É bem verdade que eu, você, nós, temos atitudes hipócritas, pois, da mesma forma que criticamos veementemente o latifúndio canavieiro, estamos dispostos a aceitar o próximo gole de pinga.
Eu sou um, aquele que fala por mim é outro. É difícil aceitar quando erramos e macular nossa falsa noção de onipotência.
E assim prossegue a humanidade nessa dança cega pelo escuro. Nessa valsa errante sem nome e sem número.

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