segunda-feira, julho 10, 2006
A copa que não encantou
Essa Copa tinha tudo para ser um grande evento mundial, algo de encher os olhos de bilhões de pessoas em todo o planeta. Mas não foi. Com o título de segunda pior copa de todos os tempos em quesito de gols marcados, o mundial da Alemanha de 2006 se encerra na pequena área. Mérito para as defesas e seus protagonistas, que consagraram o fenômeno do "retranquismo" nessa copa que se foi. A promessa de grandes craques, revelações juvenis, belas jogadas, enxurradas de gols e lances magníficos ficaram na gaveta, à espera dos quatro anos vindouros. Pior para aqueles, que como eu, fãs do bom e velho futebol-arte, ficaram na espera. Essa copa não só não encantou como também decepcionou. E eu não falo de seleção brasileira não, pois eles mereceram o destino que tiveram e eu estava torcendo para que isso acontecesse, mas são outros quinhentos. A Copa não só decepcionou pelo fraco futebol, mas pela consagração desmerecida. Em momento algum eu apostei minhas fichas na Itália e nunca achei que eles merecessem a tão cobiçada taça-sabonete Jules Rimet. A “squadra azurra” teve uma campanha relativamente fácil, com adversários inexpressivos como Austrália e Ucrânia. O único peso-pesado de fato foi a Alemanha. Ainda assim, os italianos passaram sufoco logo nas oitavas-de-final e precisaram que o juiz inventasse um pênalti no final do jogo contra a Austrália para que pudessem seguir na competição. Na final, depararam-se com a França, que vinha inicialmente desacreditada e cresceu no campeonato, tendo dispensado adversários muito mais difíceis como Espanha, Brasil e Portugal. A qualidade do time francês sem dúvida era maior, exceto pela defesa italiana que contava com o impecável goleiro Buffon. Enquanto os franceses tinham na figura do mestre Zidane o seu maestro-armador, os italianos depositavam as mesmas esperanças na figura de Pirlo; bom jogador, mas incomparável com o companheiro francês. O tampinha atarracado Gattuso ficou com o encargo de volante, ao passo que os “bleus” tinham os criativos Makele e Viera para a mesma posição. O tímido ataque italiano chegava pouco e precisou da ajuda da zaga - ela novamente - para empatar o jogo. Os franceses dominaram o segundo tempo todo e a prorrogação. Os italianos faziam o que melhor sabiam: seguravam as pontas atrás às custas do sistema defensivo eficiente. Um tipo de futebol terrivelmente mortificante de se assistir, mas que no fim, para desespero daqueles que defendem o bom futebol, e não a mecanização tecnicista do esporte saiu vitorioso.
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