
As pombas são animais que desafiam o mais fervoroso defensor do ideal de evolução contínua das espécies. A começar por aquele corpo desengonçado e roliço desprovido de qualquer aerodinâmica, no qual jáz uma cabeça (se é que assim pode se chamar) incapaz de controlar satisfatoriamente o resto do corpo cambaleante. Acredito que as pombas tenham parado no tempo, ou sejam algum tipo de filho bastardo da natureza. Elas são tão incompetentes que tem a magnânima proeza de edificar os seus ninhos em cima de uma calha, e em plena época de chuvas. Acreditem, minha mãe registrou esse momento sublime.
Até onde eu sei, as pombas só existem em centros urbanos, ou ao menos em suas redondezas. Pelo menos eu nunca ouvi falar em "pombas selvagens do mato". Dentro desses cenrtros urbanos, elas se ocupam com a tarefa rotineira de pescar milho, pedaços de pão ou qualquer outra porcaria atirada ao chão. E os culpados por isso são velhinhos, criancinhas e pipoqueiros que insistem em alimentar esse câncer. E como elas retribuem? Transmitindo Toxoplasmose oras. Eu não sou nenhum biológo ou algo do gênero, mas, se alguém tiver uma resposta para essa pergunta não se acanhe, por favor. Qual é a utilidade das pombas? Pois, sendo um animal urbano, (chuto eu) elas não lidam com nenhum tipo de predador e também não predam ninguém. Portanto, podem se dar ao luxo de se reproduzir aos baldes, e olhe que não há quem as impeça disso.
Não sei porque perco tempo a dissertar sobre pombas, mas a verdade é que não suporto esse animal, e elas sabem disso. Não só sabem como tramam para cima de mim. Nunca me esqueço de uma ocasião em que fui prestar vestibular em uma escola pública e na janela lá estavam onze, ONZE pombas recolhidas para escapar da chuva cantarolando o seu coro estridente em uníssono que se prolongou durante as quatro enfadonhas horas de prova. Depois desse incidente comecei a guardar certo rancor de pombas. Foi quando então quase fui acertado por uma rajada anal disparada violentamente de uma árvore frondosa, de tal forma que não pude presenciar o semblante de desgosto da agressora pombalina ao ver que sua ogiva não havia acertado o alvo. Meu ódio aumentou fervorosamente. Pouco depois, pombas-cachorro se mudaram para a região e começaram a arquitetar um plano de desgate psicológico nas vítimas humanas. Então, toda a manhã as 7:00h em ponto um membro da quadrilha pousa na árvore em frente ao meu quarto e começa sua operata grotesca. Hoje em dia eu durmo com uma bola de futebol ao lado da cama para acertar a agressora logo no início de sua operação militar. Acho que obtive êxito com essa medida defensiva, o que me assusta é que elas já não aparecem há algum tempo. Talvez estejam tramando uma nova investida, mais agressiva dessa vez, e é ai que mora o perigo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário