
Fico me perguntando o porque de as máquinas de sacar dinheiro (é esse o nome?) serem tão escandalosas. Você já entra no banco sorrateiramente, cabisbaixo, anda na ponta dos pés para não chamar atenção em meio àquele ambiente que já é repressor por natureza. Então, é chegada a hora do confronto: você e a máquina de sacar dinheiro, a máquina de sacar dinheiro e você. Você tenta ser o mais discreto possível, mas ela faz questão de dar uma "piadinha" a cada toque dado em sua teclas frias (ou seria melhor dizer...frívolas?). A máquina de sacar dinheiro é o garoto reprimido dos corredores do ensino fundamental, que sempre teve o seu lanche roubado pelos valentões do colegial, e grita pelo nome do diretor. O mesmo garoto que depois monta uma empresa de computadores e fica bilhardário. Mesmo que você estivesse em uma ilha deserta, sem a necessidade de tirar dinheiro para comprar côco, mesmo assim, se houvesse uma máquina de sacar dinheiro, ela iria gritar para as palmeiras: "ei, ei, esse pervertido aqui está apalpando minhas partes íntimas!".
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Como o metrô se movimenta? Eu não vejo galões de gasolina, postos especializados em abastecimento de metrô, nada de hidrocarbonetos, nenhum dispositivo elétrico, ratos que correm nas rodinhas, remadores vikings, fios no teto ou algo do gênero. Nada. O metrô se movimenta da energia dos passageiros. Todos no metrô ficam com os olhares fixos no horizonte, sorumbáticos e tristonhos...parecem zumbis que estão voltando para a cova depois de uma noite de farra no cemitério. Ficam coçando os olhos e pensando: "uau, hoje eles estão mesmo abusando das minhas reservas". Outro dia mesmo eu vi uma mulher de pouco mais de quarenta anos andando de bengala no metrô. Aí minha teoria se confirmou. Ela realmente deve ter tido um dia cheio, com escalas nos quatro pontos cardeais da cidade.
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Existe um momento em que as pessoas realmente se sentem grandiosas: quando você para amarrar o sapato e elas olham por cima dos ombros. É impressionante, faça a experiência. Elas olham fazendo beicinho e pensam: como está ai embaixo, lenhador de bonsai? E a previsão do tempo, como está? Posso ver uma frente fria vindo do leste daqui onde eu me encontro. Depois você se levanta, segue seu caminho e elas voltam ao normal. "Nossa, que momento de furor", devem pensar.
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Alguém poderia me dizer qual a utilidade daquele bolso de pijamas que cobre toda a "comissão traseira" do sujeitinho? É para facilitar o momento do encontro íntimo com o troninho, de modo que não se precise abaixar as calças? Ou para o fulaninho não entrar em contato com as bordas frias nos dias de inverno? Santa inutilidade! O que eu posso dizer do "troninho musical" então? Projetado especialmente para os bebês se deliciarem com canções enquanto soltam um barrinho. Não existe limite para a criatividade humana.
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