
Por que o céu nos desperta tantas dúvidas? Por que o desconhecido nos leva, de uma forma ou outra, a ponderar sobre os grandes enigmas da vida? De onde viemos, para onde vamos? Não vejo motivo para preocupação com indagações do mundano e do metafísico, completamente inerentes às nossas verdadeiras necessidades. Terei tempo suficiente para me preocupar com isso depois que a morte bater à porta. O ser humano realmente evoluiu de forma pitoresca. As qualidades e defeitos, em alguns diferentes do que em outros, são de nós, inatas. O céu não deveria ser nada mais do que a coisa mais bela que existe na Terra.
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Percebo agora que tudo se movimenta. Até os objetos mais estáticos – pedras, por exemplo – têm sua dinâmica própria. Não digo que se deslocam no espaço. Mas a sua volta, algo atiça nossos sentidos, ou simplesmente ficamos entediados da visão repetitiva da mesma pedra, e logo nos vemos obrigados a olhar para outra direção, mudando a imagem em nossos olhos. Se o quadro movimentou-se, movimentaram-se também os objetos. Afinal, o que é uma pedra? Um grande aglomerado mineral, disposto aleatoriamente em algum canto de paisagem por um capricho da natureza? Discordo. A pedra é aquilo que vemos e encaramos como pedra. Só uma imagem, dentre muitas outras. Da mesma forma, a dança de elementos abstratos – sentimentos, por exemplo – reflete a incapacidade do mundo de permanecer apático.
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Chico Buarque certa vez escreveu “Quem é essa mulher, que canta sempre esse estribilho”. Certamente, o teor político da música não condiz com a visão de “Angélica” que eu tenho. A televisão contribuiu para a construção de imagens carimbadas, que desconstruiram nossa capacidade de construir imagens próprias. Será que algum dia Joaquim, num ímpeto revolucionário, terá a audácia de cometer ato suficientemente “subversivo” para ser banido às regiões abissais do oceano?
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Férias é um negócio legal. Dormir até mais tarde, divertir-se a noite, libertar-se de toda e qualquer preocupação que não seja o prazer e o ócio. O problema é que, como tudo que é bom na vida, férias também tem um fim. O bom é que, como tudo que é bom na vida, outras terão um começo.
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