terça-feira, junho 06, 2006

Exatamente as 5:43h da manhã, o senhor Tashida tivera o sono interrompido por um estardalhaço que vinha da rua. Um bando de jovens gregários passara gritando, urrando e chingando em tom desafiador. "Será que estas pessoas estão mortas?", perguntou-se sem saber muito bem o porque. No interregno do sono pesado e do acordar abrupto, o senhor Tashida resolveu se levantar e averiguar o que se passava. Novamente sem saber muito bem o porque, dirigiu-se até a sala (o barulho irrompera na rua, que ficava na direção oposta), quando então se deparou com uma cena no mínimo estranha. A televisão havia ligado sozinha e estava sintonizada em um canal que horas antes estivera fora do ar. Não havia programação por causa do horário (o relógio marcava 5:47h). Uma música sacra tocava ao fundo. A palavra "morte" novamente veio à baila em seus pensamentos. O brilho daquela televisão recostada em meio a escuridão da madrugada, os pavorosos gritos que há pouco tiravam o senhor Tashida da cama e o seu caminhar vacilante até a sala de televisão fizeram-no imaginar que todo o encadeamento da situação estava ligado à forças de uma entidade superior, como se algo ou alguém quisesse lhe passar alguma mensagem. Um arrepio cortante subiu pela sua espinha. Procurou não pensar em mais nada. Voltou rapidamente para a cama, cobriu-se até as orelhas para se defender de qualquer tipo de agressor e desejou que aquela noite acabasse o mais rápido possível.

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